Oposição reclama por ficar fora de emendas
Publicado 26/02/2015
O anúncio do governador Marconi Perillo (PSDB) de que vai liberar até junho emendas no valor de R$ 1,5 milhão para os 31 deputados da base governista, deixando de atender os 10 parlamentares da oposição, causou furor nos oposicionistas. Deputados fizeram ontem durante a sessão plenária na Assembleia Legislativa duras críticas ao tucano.
José Nelto (PMDB) reclamou que a medida é antidemocrática e alegou que o governo está querendo “massacrar a oposição”. “Existe uma tentativa por trás desta ação de cooptar parlamentares. O governador deveria repensar a sua decisão. O dinheiro é público e Marconi deveria terminar seu último governo como um estadista”, disse. O peemedebista informou que a oposição vai cobrar o Orçamento Impositivo, a exemplo do Congresso Nacional, e cobrou do Estado alinhamento com o governo federal, por quem, segundo ele, o governo de Goiás é constantemente beneficiado.
Tramita na Assembleia desde o segundo semestre de 2013 uma proposta de emenda constitucional (PEC) para aprovação do orçamento impositivo na Casa. A matéria, que foi apresentada pelo ex-presidente do Legislativo, Helder Valin (PSDB), está parada e precisa de aval do governador para prosseguir.
Líder da bancada do PT, Luis Cesar Bueno também criticou a medida, alegando que “a ação do governo é uma afronta ao Estado democrático de direito”. “Atender apenas os deputados da base significa que amanhã outras prerrogativas, como usar a tribuna e apresentar requerimentos poderão ser feitos apenas por deputados da base.”
O deputado José Vitti (PSDB), líder do Governo na Assembleia, afirmou que os valores não são emendas, mas recursos reservados pelo Tesouro Estadual para ajudar os deputados. “Se fossem emendas teriam de ter sido acatadas lá atrás desde a elaboração da lei orçamentária. Isso é normal, existe em qualquer Parlamento, no Congresso Nacional”, argumentou.