Governadores dominam Casas

Publicado 22/02/2015

 São Paulo – Se depender dos deputados estaduais, os governadores que iniciam seus mandatos terão quatro anos tranquilos pela frente.

Levantamento feito pela Folha de S.Paulo aponta que apenas 30% dos deputados estaduais ou distritais se declaram como oposição nos Legislativos ou se mantêm afastados do governo local. A base governista beira a unanimidade em algumas partes do país, como Alagoas e Rondônia.

Mesmo onde grupos políticos estreiam no poder, como no Maranhão, a base aliada já soma ampla maioria.

Em Minas, o PT governa pela primeira vez e, a exemplo do que ocorria nos três mandatos seguidos do PSDB no Estado, o apoio ao governador será majoritário.

“A chapa deles (PT) elegeu 26 deputados dos 77, mas a situação se inverteu e agora somos minoria. Magnetizaram todos”, ironiza o tucano mineiro Lafayette Andrada.

Outros governadores que tinham poucos deputados eleitos em sua chapa original na campanha, como em Mato Grosso do Sul, também conquistaram adesões, que em muitos casos envolvem trocas por cargos.

No Rio Grande do Sul, o peemedebista José Ivo Sartori elegeu apenas 13 deputados de sua chapa. No entanto, após ficar à frente no primeiro turno, começou a receber apoios em série.

Com a vitória garantida no segundo turno, teve a adesão de mais 20 deputados e conquistou maioria no Legislativo, que tem 55 representantes. Até agora, ele não concluiu a nomeação de cargos importantes diante da dificuldade de acomodar aliados.

No Espírito Santo, o governador Paulo Hartung (PMDB) conseguiu unir adversários históricos em sua base ao acomodar um tucano como vice-governador e petistas como secretários.

FISCALIZAÇÃO FRACA

Com a maioria nas Assembleias, os governos conseguem aprovar suas propostas e evitam com mais facilidades questionamentos, como CPIs. Uma das funções básicas, a de fiscalizar ações do Executivo, tende a ficar enfraquecida.

“É uma Casa que só aprova medalhas, títulos e nome de logradouros. As emendas e projetos todos (de iniciativa da oposição) são vetados pelo Executivo”, diz o deputado estadual goiano Luis Cesar Bueno (PT).

O grupo que se opõe ao governador tucano Marconi Perillo diminuiu na atual legislatura de 37% para 27% da bancada da Casa. Além disso, a base governista elegeu muitos deputados novatos, que tendem a aceitar mais facilmente as orientações das lideranças e do próprio governo.

Em Santa Catarina, o PP aderiu à base do governador Raimundo Colombo (PSD) e já até ficou com o cargo de líder do governo na Assembleia. Isso ocorre apesar de o partido ter disputado as últimas três eleições em campo oposto ao do governador.

Minorias

Apenas em dois Estados os governadores não conquistaram a maioria no Legislativo. Em Roraima, a governadora Suely Campos (PP) elegeu somente um deputado em sua coligação original. Hoje, a base dela tem sete dos 24 integrantes do Legislativo.

No Tocantins, onde o governo de Marcelo Miranda (PMDB) também não formou maioria, os 24 deputados da Casa estão espalhados por 14 partidos, o que pode dificultar tentativas de acordo.

 

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