Ameaça a democracia
Publicado 19/10/2018
No dia 17 de outubro, o Deputado Luis Cesar Bueno, utilizou a tribuna para falar sobre a ploriferação de fake news que está desestabilizando o processo eleitoral no Brasil. Através do jornalismo investigativo da Folha de São Paulo, o PDT (Partido Democrata Trabalhista) protocolou um pedido de suspensão das eleições no Brasil.
O jornal apresentou ações desonestas do candidato à presidência Jair Bolsonaro que é comumente relacionado por grande parcela da população brasileira como um baluarte da honestidade. O candidato permitiu que fossem usadas em sua campanha recursos ilegais de empresas para enviar textos e vídeos contendo “Fake News” voltadas aos seus adversários políticos. Calcula-se que empresários de agências vinculadas a empresa AM4 Brasil Inteligência Digital gastaram por volta de 12 milhões de reais para que fossem disparadas as tais “Fake News”. De acordo com a A Folha de SÃO Paulo esses empresários, entre eles Luciano Hang, dono da Havan, planejavam uma forte ofensiva de campanha de ódio contra o PT a partir da próxima semana.
Toda essa articulação ardilosa era voltada ao favorecimento de Bolsonaro e outros aliados do PSL nos estados. A maneira sofisticada e com recursos ilegais evidencia a maneira como o candidato a presidência pode vir a agir caso seja eleito, caracterizando-o como um governo da perseguição, dos esquemas entre setores privados e à revelia da lei. É importante lembrar que o marqueteiro de Donald Trump, Steve Bannon, famoso por acusações de utilizar fake News como uma estratégia de campanha do presidente estadunidense, “dá palpites” na campanha de Bolsonaro, de acordo com o filho do candidato, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SOP).
No entanto, a postura desonesta de Jair Bolsonaro é recorrente e pode ser percebida em diversas situações. Enquanto deputado, costumeiramente utilizava verbas da Câmara para custear despesas de viagens em que teve atividade de pré-candidato a presidente. No portal do Supremo ele aparece como réu em duas ações penais, as quais é acusado de injúria e apologia de estupro, ocorrido quando falou para a colega deputada Maria do Rosário (PT-RS) que ele “não a estupraria, pois, a mesma não merecia”.
Em 2015, recebeu a condenação pela Justiça a indenizar a parlamentar em R$ 10 mil pela mesma razão, e indenizou também em R$ 150 mil o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos do Ministério da Justiça por ter feito declarações homofóbicas em um programa de TV. Bolsonaro também é investigado pelo Ministério Público por apologia da tortura ao homenagear o coronel Brilhante Ustra, em seu discurso a favor do impeachment de Dilma, em 2016.
Sua atuação na Câmara é ínfima, e desde 1990, ano em que foi eleito deputado federal, teve apenas um projeto de sua autoria convertido em lei, a n° 10.176, de 2001. A incoerência do candidato se faz presente na sua principal bandeira de campanha, a da segurança pública, a qual não produziu nenhuma sugestão. O projeto de castração química de estupradores, apresentado em 2013 está parado e aguardando parecer na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
A lista de acusações também é longa na Corregedoria da Câmara, instância que apura a conduta dos parlamentares. Se auto intitulava “Católico fervoroso”, mas foi batizado no rio Jordão, em Israel, pelo pastor da Assembleia de Deus Everaldo Pereira, presidente do PSC e candidato à Presidência em 2014. A bandeira da honestidade exibida pelo candidato como recurso para se diferenciar dos colegas e adversários, se esvai ao conhecimento de que o mesmo utiliza mais de R$ 870.163,98 bancadas pela Câmara, com despesas pessoais.
O nepotismo também é presente na conduta política do candidato, sendo manifestado na eleição de seus filhos, Carlos, que chegou a Câmara Municipal para substituir a mãe, Rogéria Nantes, ex esposa do candidato, que também trilhou carreira política enquanto seu ex marido permitia. Bolsonaro se irritou com a conduta de Rogéria na Câmara, que, de acordo com ele, “ Nas questões polêmicas, ela deveria ligar para mim para decidir o voto dela. Mas começou a frequentar o plenário e passou a ser influenciada pelos outros vereadores. Eu a elegi. Ela tinha que seguir minhas ideias”.
Em 1999, enquanto se divorciava de Rogério, o candidato foi acusado de nepotismo ao empregar a companheira, o pai e sua cunhada na Câmara, e a irregularidade só foi percebida porque o sogro e a cunhada residiam em Juiz de Fora (MG) o que contrariava as regras da Casa. Na época, sua companheira Ana Cristina trabalhava no gabinete do líder do partido de Bolsonaro, o PPB.
Atualmente, é casado com Michelle Bolsonaro com quem oficializou a união em 2013 numa cerimônia presidida pelo pastor Silas Malafaia. Com Michelle, o candidato teve sua única filha, e afirma “Tenho cinco filhos. Foram quatro homens.
A quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”. Na família Bolsonaro têm se dois deputados federais, um deputado estadual e um vereador. Flávio Bolsonaro exerce mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro é vereador no Rio e Eduardo Bolsonaro ocupa uma cadeira na Câmara, por São Paulo.
Texto: Assessoria de Comunicação