Eleições 2012 : PMDB e PT se articulam para disputa pela Câmara
Publicado 07/03/2012
Com a aliança praticamente confirmada para a tentativa de reeleição do prefeito Paulo Garcia, o PMDB goianiense articula com o PT para que as duas siglas se unam também na disputa pela Câmara de Goiânia, através de uma chapa conjunta de candidatos a vereador. Alguns peemedebistas dão a união como quase certa, apesar da resistência de ala petista.
A aliança proporcional entre PT e PMDB começou a ser discutida com mais intensidade na semana passada e se tornou quase uma exigência para a manutenção da chapa majoritária a partir de anteontem, quando deputados estaduais que têm base eleitoral em Goiânia e vereadores se reuniram em um hotel da capital. Conforme o relatado ao POPULAR, a chapa conjunta foi unanimidade entre os presentes, especialmente dos vereadores, que chegaram a dizer que se trata de condição para o apoio à candidatura de Paulo Garcia.
A tese defendida é a de que, com a união, é possível aumentar em pelo menos dois a quantidade de vereadores eleitos, inclusive do PT. Isso porque, afirmam peemedebistas, a aliança aumentaria consideravelmente os votos de legenda, garantindo pelo menos duas cadeiras a mais na Câmara.
Um dos motivos seria a participação direta do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) na disputa. De acordo com o deputado estadual Bruno Peixoto (PMDB), já está acertado que, além de pedir votos para Paulo Garcia, Iris fará campanha pelos votos na legenda peemedebista, garantindo apoio também para petistas.
Foi esse o argumento mostrado por Bruno ontem ao presidente do PT em Goiânia, o também deputado Luis Cesar Bueno, que havia solicitado provas matemáticas para ser convencido dos benefícios da aliança proporcional.
Com posição diferente, Luis Cesar questionou recentemente se a melhor opção não é cada uma das siglas liderar sua própria chapa, acompanhada por partidos menores.
Entretanto, tanto Bruno quanto o deputado estadual e secretário de Governo do Paço, Samuel Belchior (PMDB), dizem que as conversas avançaram e a tendência dos petistas aceitarem a coligação. “Após conversar com o Luis Cesar e apresentar os nossos argumentos acredito que a aliança esteja bem encaminhada”, disse Bruno.
Segundo seus cálculos, enquanto o PMDB sozinho tem condições para eleger entre seis e sete vereadores e o PT entre quatro e cinco, juntos, com o apoio do Iris, as siglas podem acrescentar um parlamentar cada. Atualmente, a bancada petista é composta por dois vereadores e a peemedebista por dez.
Luis Cesar não foi encontrado pela reportagem para comentar o assunto, mas a discrepância entre as duas bancadas é argumento para o vereador Djalma Araújo defender que a aliança não é desejável. “Com essa aliança o PT pode desaparecer na Câmara. Os candidatos do PMDB têm maior poder econômico. É como você querer acompanhar, de fusca, uma carreta”, disse ele, que em seguida comentou a possível presença de Iris apoiando a chapa. “Sem dúvida ajuda e muito. Mas não resolve.”