DISCURSO PROFERIDO PELO NOBRE DEPUTADO LUIS CESAR BUENO, NA SESSÃO ORDINÁRIA DO DIA 31 DE MAIO DE 2005, NO MOMENTO DESTINADO AO PEQUENO EXPEDIENTE

Publicado 31/05/2005

Senhor Presidente; Senhoras Deputadas e Senhores Deputados. Hoje, no Estado de Goiás, estamos vivendo um momento de mobilização dos produtores rurais, que exigem do Governo Federal ações efetivas no sentido de melhorar as condições do campo. Melhorar a situação dos produtores, principalmente, através da negociação que os produtores fizeram com os fornecedores de sementes e insumos. Todos nós sabemos que a estabilidade econômica traz algumas conseqüências, e todo processo, na história do Brasil, em que houve um desenvolvimento econômico também houve conseqüência. Todos vocês se lembram, nos anos 80, quando o Ministro Dilson Funaro elaborou um plano econômico, e produto daquele plano econômico o País viveu um crescimento temporário muito formidável, uma demanda muito grande por consumo e a presença do ágio. Era comum naquela época, Deputado Ivan Ornelas, ir a uma concessionária com o dinheiro para comprar um veículo novo e lá não tinha o veículo, e você só conseguia aquele veículo se tivesse ágio. Posteriormente outros planos econômicos vieram, e esses planos econômicos sempre trouxeram para o País algumas conseqüências. A troca da moeda, por exemplo, feita pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, a instalação do Plano Real garantiu uma estabilidade duradoura, e nós percebemos que a partir daí a moeda ficou ancorada ao câmbio e ao dólar. E hoje nós estamos vivendo novamente num processo oriundo da estabilidade econômica. É importante dizer que o Governo do Presidente Lula não fez nenhum plano econômico, ele deu continuidade à política que estava sendo implementada pelo FMI, nós temos que admitir isso. Agora, acontece que os seguidores do FMI do passado não foram competentes como os que assumiram o Governo Lula, através do ex-Deputado Henrique Meirelles, que implementou uma política eficiente. Tanto é que hoje o Brasil não precisa do FMI. O FMI já não está mais aqui, o Brasil não foi mais atrás do FMI, atrás de empréstimo. E a conseqüência dessa estabilidade econômica, oriunda de uma política séria e coerente do Governo Federal, foi pela primeira vez na história do Brasil a moeda nacional, que já foi o Cruzeiro, que foi o Cruzado, e que agora é o Real, batesse seguidas vezes no dólar, o dólar perde atualmente, e perde feio, para o real. Isso é conseqüência da estabilidade econômica, um processo de desenvolvimento sério e sem bolhas, um processo realmente estável por que passa a economia do Brasil. E os produtores que fizeram suas compras em dólar, que fizeram seus contratos em dólar, que naquele momento não acreditavam na estabilidade da nossa moeda e da nossa economia, realmente estão pagando o preço. O que fazer diante dessa situação? Se cede a pressão dos produtores, pela primeira vez na história vamos ter um Presidente que vai estar apostando na inflação, porque o dólar acima do real é a inflação lá em cima, isso não interessa a ninguém. Portanto, nós queremos, aqui, manifestar nossa posição favorável aos produtores. Achamos que o Governo tem que encontrar uma saída, e a saída, nesse momento, é que os contratos feitos com o dólar a três e vinte, sejam praticados com o dólar a dois e trinta, e o Presidente do Banco Central já disse que o dólar vai baixar ainda mais para equiparar a dois reais, um e noventa, que é onde ele deveria estar e nunca deveria ter saído. Portanto, estamos aqui apresentando a nossa preocupação e o apoio aos produtores, com a certeza de que o Governo procurará achar uma saída para essa classe tão importante para o Brasil e, com certeza, teremos ainda bons dias para a agricultura e para os produtores. Muito obrigado, Senhor Presidente.

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