Ala petista quer aliança com Iris
Publicado 25/01/2008
Proposta, defendida por um deputado estadual e dois vereadores, entre outros, será submetida ao diretório O grupo de lideranças do PT que defende o apoio à reeleição do prefeito Iris Rezende (PMDB) pretende apresentar no dia 16 à direção petista em Goiânia a proposta formal de aliança com o peemedebista. Para ser incluída na pauta de discussões, a proposta precisa ser acatada por um terço dos 43 membros do diretório (14 integrantes). Uma vez aceita, os petistas terão de submetê-la à apreciação da militância da legenda. Segundo representantes da ala que defende a aliança – que tem à frente o deputado estadual Luis Cesar Bueno e os vereadores Carlos Soares e Djalma Araújo –, os 14 votos estão garantidos. A tarefa mais difícil é convencer a militância petista a apoiar o acordo. Os defensores da candidatura própria asseguram que a maioria dos 2.338 membros do PT aptos a votar querem que o partido dispute o Paço Municipal, em 5 de outubro. Iris é favorável à aliança com o PT e estaria propenso a oferecer sua vice pelo acordo. O prefeito tem dito a auxiliares que ainda acredita na viabilidade da composição, apesar das duas tentativas frustradas, no ano passado, de acordo administrativo com o partido. Os petistas apóiam o prefeito na Câmara de Goiânia mas recusaram cargos de primeiro escalão no Paço em nome do que chamam de independência partidária. Prévias A proposta de aliança adia os planos das tendências petistas de realizar prévias para escolher o candidato da legenda à Prefeitura. Pelos ritos petistas, caso a proposta de composição seja acatada pelo diretório, o encontro da militância tem de ser convocado para, no mínimo, 21 dias após a reunião do dia 16 de fevereiro. As prévias só serão realizadas se a proposta de composição com o PMDB for rejeitada. O candidato tem de ser escolhido por voto direto até dia 25 de maio. Três petistas lançaram suas pré-candidaturas a prefeito de Goiânia: os deputados estaduais Humberto Aidar e Mauro Rubem e a vereadora Marina Sant’Anna. Aidar pertence à tendência PT Pra Vencer, comandada pelo deputado federal Rubens Otoni. Rubem é líder de ala à esquerda do PT, a Tendência Marxista. E Marina é ligada ao deputado federal e ex-prefeito de Goiânia Pedro Wilson. A ala pró-aliança com Iris é formada por petistas como os ex-deputados federal Neyde Aparecida e estadual Osmar Magalhães. Com Carlos Soares, eles formam a Articulação, tendência que, ao lado do PT Pra Vencer e do Movimento Cerrado controlam o partido. Nos bastidores, a composição é apoiada também pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares – irmão de Carlos –, expulso da legenda em função de seu envolvimento com o escândalo do mensalão. Segundo Carlos, a sinalização de Iris de que pode ceder a vice é fundamental para o trabalho de convencimento da militância sobre a importância da aliança. O vereador e Luis Cesar consideram a coalizão “um projeto estratégico de longo prazo fundamental” para a sobrevivência do PT. “Se não seguirmos a orientação nacional de aliança com o PMDB e os demais partidos da base do presidente Lula, vamos ficar isolados em Goiás”, diz o deputado.