Adversários

Publicado 23/11/2011

 Nesse período, foi possível observar que ainda são poucos os escudeiros do prefeito no momento de ofensiva dos adversários. Há duas semana, o presidente estadual do PSDB, Paulo de Jesus, criticou a gestão petista pelas obras de reforma do Parque Mutira­ma. O tucano condenou a cons­trução do túnel na Ave­ni­da Ara­guaia, obra que faz parte da reforma do Par­que Mu­tirama. “O túnel do Muti­ra­ma daria pa­ra comprar dez Cmeis (Cen­tros Municipais de Educação Infantil)”, disse.
Paulo de Jesus foi ainda mais duro nas críticas e resgatou as ações feitas pelo ex-prefeito Nion Albernaz (PSDB). “Não queremos colocar um filiado nosso para ganhar eleição e depois não dar conta de fazer o trabalho de aglutinação política com a sociedade civil, com os segmentos sociais. Fica aí fazendo canteiros de Ave­nida e se esquece de fazer outras propostas como, por exemplo, a Maternidade Cidadão na Região Noroeste, como o Nion Albernaz fez”.
Embora tenha minimizado as críticas, Paulo Garcia respondeu ao tucano – o esperado era que apenas seus auxiliares e aliados fizessem sua defesa. O petista disse que a obra do Mutirama será importante para a Capital e alfinetou ao dizer que não conhecia o presidente estadual do PSDB, que é o segundo suplente da vaga conquistada por  Marconi Perillo no Senado, em 2006. “A obra do Mutirama está incomodando e vai incomodar ainda mais. Eu acredito que o presidente do PSDB, que com toda sinceridade, eu não sei quem é, ele deve estar preocupado e falando sem conhecimento de causa, disse o prefeito na quinta-feira, 14, durante uma visita ao Residencial Jardins do Cerrado VII, onde houve a apresentação de conjunto habitacional.
Na mesma semana, o secretário de Esporte e Lazer, Luiz Carlos Orro, e o deputado estadual, Luís César Bueno, líder do PT na Assembleia partiram para defesa do prefeito. O auxiliar disse que viu nas declarações de Paulo de Jesus um “cunho político”. “Não podemos misturar as coisas, recurso da educação é carimbado e previsto constitucionalmente, mas a cidade também precisa do Mutirama. Hoje o que está em projeto, está sendo viabilizado”, afirmou.
Luis César Bueno rebateu as declarações do tucano ao lembrar dos gastos em Edu­cação nos dois governos de Mar­coni Perillo (1999-2006). “Durante os governos de Mar­coni, não há a tradição de respeitar a Cons­tituição Federal e aplicar 25%, que é estabelecido em lei na educação, enquanto em Goiânia aplica-se 30%. Faça também um comparativo no quadro de salários. Compare os salários da Prefeitura de Goiânia com os salários da rede do Estado. Compare a qualidade de ensino da rede municipal de Goiânia com a rede do Estado”, disse.
Dentro da gestão petista a avaliação é que o prefeito não está preocupado em constituir um grupo que possa blinda-lo nos momentos de crise ou de ataque dos adversários. “Isso não tem nos incomodado. Não estamos preocupados, por exemplo, em manter articulistas em jornais para atacar alguém ou defender o prefeito. Atua­mos de forma pontual, quando é necessário responder um au­xiliar é escalado para fazer is­so”, afirma Osmar Magalhães, se­cretário municipal de Governo. 
Apesar da despreocupação do auxiliar, alguns aliados acreditam que é necessário organizar e fortalecer o grupo, já que a tendência é que os ataques se intensifiquem e que qualquer turbulência na gestão ganhará maior projeção até as eleições. Mais um desafio para Paulo Garcia, que desde o início do ano precisa conviver com uma constante insatisfação de seu principal aliado, o PMDB.

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