PT se distancia do PMDB, mas rejeita aliança com PSDB

Publicado 09/11/2016

Aliados nas eleições de 2012 em Aparecida de Goiânia e em Goiânia, onde garantiram as eleições dos prefeitos Maguito Vilela (PMDB) e Paulo Garcia (PT), PT e PMDB estão distantes, após o segundo turno. Em Anápolis, os peemedebistas apoiaram a reeleição do prefeito João Gomes (PT), enquanto em Goiânia, a candidatura da deputada Adriana Accorsi se contrapôs a candidatura do prefeito Iris Rezende. Mas, passado o veredicto das urnas, os partidos que já foram grandes aliados no plano municipal e nacional, vivem dias de estranhamento.

O impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT-MG), que teve como principais articuladores o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o vice-presidente Michel Temer, serviu para provocar estranhamento entre as legendas. Em Goiás a aproximação do PMDB de Iris Rezende do DEM de Ronaldo Caiado pôs mais lenha nesta fogueira. Caiado era um dos principais críticos dos governos de Lula e Dilma e mantém a verve contra o prefeito Paulo Garcia.

E como fica a unidade das oposições para as eleições de 2018? O futuro é incerto, diria o deputado estadual Luis Cesar Bueno. Na Assembléia Legislativa, Bueno sempre buscou aproximação com o PMDB, assim como os seus pares, os deputados Humberto Aidar e Adriana Accorsi. Em nota na coluna Giro, na edição de terça-feira, Adriana admitiu que a situação é complicada. Líder da bancada na Alego, ela considera o momento delicado, em função da política nacional a qual o PMDB está alinhado e aos interesses locais diante da aliança estratégica entre PMDB  e DEM. Diante deste impasse, o caminho do PT seria uma aliança com o PSDB do governador Marconi Perillo? Adriana Accorsi rejeita esta hipótese, assim como o ex-prefeito de Anápolis Antônio Roberto Gomide.

Mais votado proporcionalmente no país nas eleições para vereador, Antônio Gomide diz que o caminho do PT é retornar às bases, retomando a relação com os movimentos sociais. Ele lembra que o partido tem na sua origem a defesa da qualidade dos serviços públicos de saúde, educação, que estão sendo prejudicados tanto pelo governo do Estado, quanto pelo governo federal, e, portanto, não há chance do PT se aproximar do PSDB do governador Marconi Perillo.  “Nós temos outro caminho. Nosso caminho é o diálogo com a base social. Se tem algo desacreditado no Estado de Goiás é o governo, que não cumpriu as promessas feitas nas eleições. As obras do governo estadual estão todas paralisadas. Sem falar do sucateamento da educação e da saúde. O apoio que o PSDB dá a PEC 241,” explica.

A política, no entanto, é dinâmica. Há no PT aqueles que defendem uma aliança estratégica com o PMDB, no caso do partido lançar Maguito Vilela como candidato ao governo de Goiás. O prefeito de Aparecida de Goiânia é bem visto por nove entre dez petistas, uma vez que durante o seus mandatos como prefeito, fez campanha em favor do presidente Lula e da presidenta Dilma, além de ter tido como vice, um petista, o ex-deputado Ozair José.

No próprio PMDB não há unanimidade em relação a aliança com o DEM, do senador Ronaldo Caiado, que nestas eleições elegeu apenas dez prefeitos no Estado. Os deputados estaduais Ernesto Roller e Adib Elias, em entrevista ao jornalista Helton Lenine, aqui no DM, defenderam a manutenção da aliança com o DEM, em uma possível candidatura de Ronaldo Caiado. Ambos foram eleitos prefeitos nos seus respectivos municípios (Formosa e Catalão), tendo como membros do DEM como candidatos a vice. Roller também tem laços de parentesco com Caiado, mas embora expressem suas simpatias, há uma regra no PMDB que não muda, e foi expressa pelo prefeito Maguito Vilela, também em entrevista ao DM: o PMDB só apoia candidato a governador filiado ao PMDB.

Enquanto 2018 não chega, PT e PMDB vão seguir em separado seus caminhos. Os petistas com o desafio de reorganizar a legenda, após o revés nas urnas de 2016 e o PMDB, com a necessidade de apontar o seu candidato para a sucessão estadual.

 

Fonte: Diário da Manhã

 

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