Luis Cesar defende aliança PT/PMDB

Publicado 22/01/2015

 Presidente metropolitano do PT diz que momento na economia é de ajustes e exige maturidade das forças políticas para contribuir com as reformas

Marcus Vinícius,Da editoria de Política&Justiça

Presidente do Diretório Metropolitano do PT, o deputado estadual Luis Cesar Bueno defende a aliança entre o seu partido e o PMDB. Ressalta que os partidos estão juntos deste a primeira eleição da presidente Dilma Rousseff e que se trata do principal aliado do PT nos Estados e municípios. “PT e PMDB têm uma aliança nacional, liderada pelo vice-presidente Michel Temer, responsável pela indicação de seis ministros em Brasília e pela governabilidade em vários Estados e municípios. Temos muita responsabilidade compartilhada”, opina.

Para o dirigente petista, teria que acontecer algo muito grave, fenomenal até, para que aja rompimento da aliança entre PT e PMDB em alguma unidade da Federação. “Fizemos uma aliança vitoriosa em Goiânia, onde o PMDB comandou a prefeitura duas vezes e o PT comanda atualmente pelo acordo feito em 2008. Não vejo razões para rompimento”, reitera.

 

Vaidade

Luis Cesar adverte que o adversário tanto do PT quanto do PMDB em Goiás é um só, o PSDB do governador Marconi Perillo. Juntos, estes partidos podem fazer frente ao poderio do Palácio das Esmeraldas, separados são presa fácil, conforme mostrou as últimas eleições, quando PT e PMDB saíram em chapas solteiras e perderam as eleições.

Seu entendimento é de que a derrota em 2014 é um sinal de alerta para que não sejam tomadas atitudes precipitadas. Na sua avaliação, PT e PMDB fizeram uma articulação atrapalhada, onde seus principais quadros foram extremamente vaidosos e não se unificaram numa única chapa para enfrentar o governador Marconi Perillo. “Com a fragilidade da oposição, a população sentiu o PSDB mais consistente e votou pela reeleição do governador. Os erros provocados pelas vaidades dos líderes da oposição em 2014 devem servir de referência para que não se repitam novamente em 2016 e em 2018”, alerta.

 

Unidade da oposição

Um dos deputados mais experientes da oposição na Assembleia Legislativa, Luis Cesar Bueno diz que cabe ao PT e ao PMDB denunciar o desmonte do Estado, promovido pelos governos tucanos e apresentar uma alternativa à população. “Desde 1998 os governos de Marconi Perillo têm desmontado o Estado, acabando com as estruturas criadas nos governos de Mauro Borges, Henrique Santillo e outros que investiram na criação de órgãos como Celg, Saneago, pavimentação de rodovias e eletrificação rural. O que se vê hoje é o PSDB avançar no campo da privatização, da terceirização e desmanche da coisa pública”, atira. Bueno critica os projetos iniciados no último governo tucano de terceirização dos serviços de Saúde e as propostas atuais de terceirizar a Educação, Cultura e a cobrança de pedágios nas estradas.

Para Luis Cesar a aposta do governo na privatização dos serviços públicos dá a oposição a oportunidade de rediscutir o papel do Estado em Goiás. “PT e PMDB têm a responsabilidade de questionar o desmonte do Estado e esta política de privatização que transforma o governo num balcão de negócios a serviços de alguns grupos econômicos, enquanto os servidores efetivos são alijados em suas funções”, condena.

 

Reforma

O Diretório Metropolitano do PT reuniu sua executiva na manhã de ontem, para analisar a proposta de reforma administrativa do prefeito Paulo Garcia. Luis Cesar salienta que Goiânia não é um oásis em meio a um deserto, uma vez que o governo federal e o governo do Estado também estão fazendo ajustes e contenção de gastos. Segundo o dirigente, o PT vai apresentar suas propostas e entende que os demais partidos aliados à administração, como o próprio PMDB devem fazer o mesmo.

“O Brasil conseguiu segurar a crise econômica mundial durante seis anos, mas os efeitos dela começam a aparecer. Os efeitos desta crise gerou nos governos a necessidade de um forte ajuste fiscal. A presidente Dilma começou a fazer isto, o governador também faz reformas e o prefeito Paulo Garcia apresenta seu projeto. O importante é encontrar caminhos para aumentar a receita e continuar a para fazer investimentos”, receita.

Eleições

Luis Cesar Bueno diz que a sucessão municipal ainda está distante no horizonte e o principal é encontrar um nome que aglutine todas as forças. “Existem bons nomes no PT e no PMDB. Temos que ter a sabedoria de manter nossa unidade para continuar governando Goiânia e estruturando um projeto para Goiás em 2018”, afiança. Ele reitera que o jogo de vaidades, que tanto prejudicou as oposições em 2014 deve ser posto de lado, sob pena de levar a outro fracasso. “Em 2014 não nos unimos, nem soubemos aproveitar as contradições do PSDB. Esse erro não pode se repetir”, insiste.

Bueno considera que o eleitor goianiense é exigente, politizado e não é facilmente cooptado por  factoides ou maneirismos do marketing político. Considera as eleições na Capital uma disputa que combina a força das máquinas partidárias e a credibilidade dos candidatos. Seu entendimento é de que PT e PMDB têm nomes representativos para disputa, ao passo que entre os aliados do Palácio das Esmeraldas, o que se vê é a tentativa de se produzir balões de ensaio. O deputado finaliza dizendo que líderes são reconhecidos pelo eleitor pelos serviços que prestam à sociedade. Sua interpretação é de que o governo tucano tem interferido na Capital na tentativa de produzir líderes de proveta, em laboratório, à custa de dinheiro e marketing, “coisa que o eleitor rejeita”, finaliza.

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