Luis Cesar Bueno lembra o período da Ditadura Militar durante seminário em Pires do Rio

Publicado 02/04/2014

Estivemos, nesta terça-feira, 1, na Câmara Municipal de Pires do Rio a convite da vereadora Amélia Móveis. Junto com o ex-deputado Eurico Barbosa, falamos sobre os 50 anos do golpe militar no Brasil. Um regime autoritário, ditatorial. Um sistema de governo que o Brasil achava que jamais vivenciaria. 

O golpe militar não veio desassociado de uma conjuntura política mundial. Impulsionada pelos Estados Unidos. O governo de Getúlio Vargas, durante um período foi importante para a ordem democrática, criou as leis trabalhistas, liberou o voto feminino, fortaleceu as indústrias e estabeleceu uma era de crescimento no Pais. Isso incomodou os Estados Unidos, ou seja, o crescimento do Brasil se tornou uma ameaça. E para não perder sua hegemonia, os imperialistas infiltraram pessoas capitaneadas por seus ideais na política de nossa nação. Carlos Lacerda da UDN foi um dos integrantes. 

De acordo com a História, o suicídio de Getúlio Vargas retardou por alguns anos a ditadura militar. Sua atitude foi resultado de uma grande pressão política que sofria e foi um golpe fatal para a pretensão dos EUA de dominar o Brasil. Logo depois, veio o Governo de Juscelino Kubitschek, um momento impar. Foi o governo que fez Brasília, o governo das grandes rodovias, um ciclo de desenvolvimento iniciado por Getúlio e continuado por Juscelino Kubitschek. 

E por não poder ter reeleição, o progresso termina no governo de Juscelino. Veio Jânio Quadros, que governou por 7 meses. Com o pedido de renuncia, cria-se uma crise institucional, que leva o País a uma instabilidade política.

Jânio queria fazer as reformas, queria o desenvolvimento com justiça social. Foi então que veio o golpe, aquele golpe que não conseguiu acontecer nos dois governos anteriores, no de Juscelino e de Getúlio. Na época, havia uma guerra fria entre os Estados Unidos e a chamada União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS. O povo brasileiro mal sabia do que se tratava regimes comunistas e socialistas. 

A década de sessenta foi uma década perdida para a democracia no Brasil. O estado autoritário interviu diretamente nas instituições e desestruturando o Estado democrático e de direito.

Em 1979, Lula comanda as primeiras greves de grandes repercussões com os trabalhadores metalúrgicos. Nesse momento com MDB, um bloco novo é formado em 1980, surge o Partido dos trabalhadores. E veio a anistia, o último presidente militar foi o general Figueiredo. Em 1982 as eleições diretas para o governo e parlamento nos estados.

Posteriormente a campanha das diretas já. Na sequência as eleições para prefeitos e presidente da república. Enfim, a democracia! Me preocupa muito quando escuto as vezes, os jovens dizerem que os corruptos tomaram o governo e que o governo deve ser tomado pelos militares, que todos os políticos são iguais, que não querem votar… Muitos não sabem o que é governar com uma baioneta nas costas, o que é faltar remédios no hospital e não ter para quem reclamar. Muitos não sabem o que é ser parte de um povo sob o julgo de um governo militar.

Temos que aperfeiçoar o estado democrático. Para isso, é preciso saber votar. A democracia nos permite ter a possibilidade de escolha. Isto é liberdade. Todos nos temos o direito de ir e vir e podem ter certeza, a pior das democracias é muito melhor que qualquer ditadura.
Nunca deixe de lutar pelo seus sonhos.
Liberdade, liberdade, liberdade.

 

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