Com demora do PMDB, PT ameaça lançar candidato
Publicado 22/11/2013
Em meio à renovação da Executiva, o PT dá sinais de que não aceitará ser coadjuvante no processo de definição do candidato ao governo do Estado na campanha do ano que vem. Há poucas semanas, a legenda não cogitava lançar candidatura própria. Hoje, já fala em aliança no segundo turno, no caso de não chegar a um consenso com o PMDB, e cobra estabelecimento de data, além de sugerir critérios para escolha do nome.
Presidente estadual do PT, eleito pelo Processo de Eleições Diretas (PED), Ceser Donizete diz que embora haja orientação para que os partidos da base da presidente Dilma Rousseff (PT) caminhem juntos nos Estados, a aliança não é obrigatória. Ele cita Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde as legendas não são aliadas.
Donizete, que foi secretário de Governo do prefeito de Anápolis Antônio Gomide (PT), defende que a definição aconteça no final de fevereiro ou início de março. Ele explica que os pré-candidatos precisam se desincompatibilizar e acrescenta que esse processo não é feito de um dia para o outro.
“No nosso caso, temos dois candidatos, Gomide e Paulo Garcia, prefeito de Goiânia. Ninguém deixa o governo de repente, é preciso ver a questão do secretariado, conversar antes e realizar algumas ações”, alega, emendando que o PT trabalha para caminhar com o PMDB e que isso só não ocorrerá se houver radicalização por parte da sigla aliada.
Reeleito presidente metropolitano do PT, o deputado estadual Luis Cesar Bueno diz que o PMDB não pode definir o candidato sozinho e apresentá-lo aos partidos aliados. Defensor da definição conjunta, ele diz que o ideal é inferir o peso dos candidatos em cima de três critérios: densidade eleitoral, capacidade de aglutinar e liderança.
“Existe um fato concreto, o do prazo para desincompatibilização no dia 05 de abril. Qualquer definição depois desta data é porque querem deixar o PT de lado. Mas eu não acredito que o PMDB fará isso”, afirma, acrescentando que sozinhos nenhum dos dois partidos ganha eleição.
Luis Cesar diz que o PT nacional sabe da importância da aliança com o PMDB no cenário regional, mas também tem conhecimento que o partido “tem dois nomes fortes e trabalha para viabilizá-los”. “Queremos ser apoiadores, mas também podemos querer apoio”, afirma o deputado. O petista enfatizou que a legenda administra as duas principais cidades goianas e que Gomide foi eleito com cerca de 90% dos votos.