Entrevista | Luis Cesar Bueno: “O limite do PT é março. Nós já colocamos isso para o PMDB”

Publicado 13/11/2013

Ketllyn Fernandes
Colaborou Marcello Dantas

O deputado Luis Cesar Bueno foi reeleito presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) de Goiânia em eleição realizada no domingo (10/11) e cuja contagem deve ser concluída nesta segunda-feira (11). O petista ficará à frente do partido metropolitano por mais quatro anos e enumerou em entrevista ao Jornal Opção Online quais os desafios da sigla neste novo mandato, como a elaboração de políticas públicas que atendam à demanda do goianiense e a corrida ao Palácio das Esmeraldas em aliança com os demais partidos de oposição. Em dois momentos distintos o petista deixou claro que o PT também está na disputa pela cabeça de chapa e que o prazo máximo para que o PMDB defina o nome a ser lançado pelo partido é março.

Eleito com 85% dos votos, Luis Cesar disputou a presidência com Ângela Cristina, Wilmar Ferraz e Dianary Medeiros. Este último ficou em segundo lugar com apenas 8% da preferência e os demais com 6%. “Foi um reconhecimento ao projeto político que a direção desenvolveu em Goiânia”, resume o resultado. “Mas eu volto a dizer que o PT está na mesa com as pré-candidaturas de Antônio Gomide e Paulo Garcia”, pontuou.

A chapa que reelegeu Luis Cesar Bueno é aliada do vice-presidente do Diretório Estadual e chefe de gabinete do prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, Cesar Donizete, cotado para vencer as eleições para o comando do regional, já que na noite de ontem contava com mais de 90% dos votos.

Apoiaram Luis Cesar Bueno as tendências internas Articulação, Movimento PT, Movimento Cerrado, PT pra Vencer, Vanguarda Petista, PT Inclusivo e Esquerda Popular, lideradas pelo prefeito Paulo Garcia, o ex-prefeito Pedro Wilson, os deputados Rubens Otoni, Marina Sant´anna, Mauro Rubem e Humberto Aidar. O deputado estadual também contou com apoio dos vereadores Carlos Soares, Tayrone Di Martino e da titular da Secretaria de Políticas Para as Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida, Cidinha Siqueira.

Sua reeleição se deu com ampla maioria de votos para ficar à frente do partido em Goiânia por mais 4 anos. A que o senhor credita essa aceitação da militância petista da capital ao seu nome?
Foi um reconhecimento ao projeto político que a direção desenvolveu em Goiânia. Nós conseguimos 2012 ser o único município de capital que conseguiu reeleger o prefeito no primeiro turno. No segundo turno nós tivemos o prefeito de São Paulo Fernando Hadad e outros, mas no primeiro turno conseguimos eleger Paulo Garcia, o que foi um marco. Ampliamos a nossa bancada na Câmara Municipal, fizemos uma reforma ampla na nossa sede, que garantiu espaço, auditório para a articulação política, e também iniciamos os fóruns de debates temáticos com o objetivo de capacitar a militância para a defesa do governo em 2014 e também para a articulação das políticas públicas que estão sendo aplicadas em Goiânia através do governo federal. Enfim, nós tivemos um mandato que teve agora um reconhecimento dos militantes, haja vista que praticamente todos os detentores de mandato e as principais lideranças ficaram com a nossa candidatura.

E quais são os desafios dos próximos quatro anos do PT goianiense?
O desafio é capacitar o partido dos trabalhadores para a formulação de políticas públicas tanto em Goiânia como no próprio Estado de Goiás, vencer as eleições em 2014 através de uma candidatura que represente a unidade das oposições e reeleger a presidenta Dilma Rousseff. Esses são os desafios muito claros para os quais que nós temos que preparar o partido para em um curto prazo.  Nós também queremos, na nossa gestão, estruturar os diretórios zonais e organizar as nossas jornadas de formação política para garantir uma capacitação, principalmente, das mulheres e dos homens que a cada dia intensificam a suas participações no PT de Goiânia.

Qual o posicionamento do senhor quanto à aliança com o PMDB e o racha interno que o partido tem tentado sanar sem muito sucesso e que, conforme o tempo passa, acaba por encurtar também os prazos para o próprio PT numa possível cabeça de chapa?
Nós estamos aliados em Brasília, estamos aliados aqui em Goiás e em Goiânia, apoiamos o PMDB em 2010 e agora nós estamos na mesa com as pré-candidaturas do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, e do prefeito de Anápolis, Antônio Gomide. São dois nomes fortes que estão na mesa e com eles nós queremos fazer uma boa aliança.

E dará tempo de viabilizar um dos nomes petistas se a cabeça de chapa não ficar com o PMDB?
O limite do Partido dos Trabalhadores é março. Nós já colocamos isso para o PMDB.

E qual será o mote da campanha da oposição para voltar ao comando do Estado? Quais propostas devem ser mais fortemente apresentadas?
Nós precisamos montar uma equipe para elaborar um plano de governo, já existem técnicos do  PT que iniciaram estudos sobre o Estado de Goiás,  e nós no devido momento, vamos apresentar um projeto à população. Entretanto nós temos ainda que definir o melhor nome, aquele nome que preencha os critérios da densidade eleitoral, e capacidade de aglutinação.

E para o PT, o empresário Júnior Friboi teria a possibilidade de ser esse nome como tem indicado algumas correntes do PMDB?
São vários os nomes. Não é por falta de nome que nós vamos deixar de unir a oposição. Mas eu volto a dizer que o PT está na mesa com as pré-candidaturas de Antônio Gomide e Paulo Garcia. Nós estamos no devido tempo, considerando que o candidato do governo nem foi definido ainda. Seria muito premeditado querer colocar o nome da oposição agora em novembro.

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