DISCURSO PROFERIDO PELO NOBRE DEPUTADO LUIS CESAR BUENO, NO MOMENTO DESTINADO AO PEQUENO EXPEDIENTE, NA SESSÃO ORDINÁRIA DO DIA 14 DE OUTUBRO DE 2008
Publicado 14/08/2008
Senhor Presidente;
Senhores Deputados;
Senhoras Deputadas.
Senhor Presidente, no início dos anos 80 nós vivíamos num Brasil e num mundo um período de muita crítica dos bancos internacionais, da iniciativa privada, ao chamado Estado Regulador do Mercado. O Estado que intervinha na economia, o Estado que mantinha empresas que prestavam serviços públicos à população. Era comum, nesse período, anos 80, anos 90, ouvir aquela expressão que os empresários e a iniciativa privada possuíam maiores condições de interferência nas políticas públicas, era mais competente e eficiente. E o Estado era “o elefante gordo, grande e pesado”. Muito comum ouvir isso nos anos 80 e
Pois bem, pasmem os senhores, pasmem os autores do consenso de Washington, pasmem aqueles que defenderam a tese do neoliberalismo, a potência máxima do capitalismo, a potência máxima do chamado consenso de Washington, os Estados Unidos retiram trezentos bilhões de dólares do bolso do trabalhador, daqueles que pagam impostos, para salvar os bancos privados. Isso mostra que toda aquela tese de combate ao Estado mínimo, de toda aquela tese que criticaram durante muito tempo, o próprio Marxismo foi um grande equívoco, porque as economias do povo e do Estado estão sendo utilizadas, neste momento, tiradas do bolso do consumidor, para socorrer os bancos privados e aqueles que deram um calote na economia mundial.
Fico preocupado quando vejo o Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, dizer que o Governo brasileiro, o Tesouro Nacional, disponibilizará mais de cem bilhões para socorrer os bancos e o sistema financeiro mundial. Realmente, a tese do consenso de Washington fracassou, a tese do neoliberalismo acabou, o Estado tem que intervir na economia.
Quero dizer a vocês que tenho convicção de que o sistema financeiro deve ser público, que o Governo e o Estado devem controlar com rédeas curtas todo o sistema financeiro, sob pena de ter que tirar sempre recursos do contribuinte para salvar bancos que estão sendo falidos. Isso mostra claramente que temos que repensar a economia do Brasil em alguns aspectos e temos que repensar a economia mundial.
Quero aqui ressaltar que apesar de em tempos atrás, quando os Estados Unidos davam um espirro ou pegavam uma gripe o Brasil tinha uma pneumonia em sua economia. Hoje, graças à condução da política cambial do Governo Lula, graças à seriedade na condução cambial do Presidente do Banco Central, a crise economia não atinge o Brasil. Ele passa imune a esta crise, mas uma reflexão precisa ser feita em relação ao papel do Estado na economia.