O crime contra a vida é o extremo da violência
Publicado 22/03/2000
A violência é o mais grave problema da atualidade. Estamos caminhando para um obscuro campo de batalha, onde a vida é debelada de várias formas. A violência vista pela TV, jornais, rádios parece distante, mas quando bate à nossa porta a dimensão é outra. Para nós, a violência assume uma dimensão maior, não é fato isolado é conseqüência de inúmeros problemas de ordem econômica, social, cultural, política. O crime contra a vida é o extremo da violência. A violência está em vários lugares e acontece de v[Arias formas. Está no campo, onde milhares de famílias são excluídas do direito de trabalhar a terra para garantir o pão.
Está na chacina de Eldorado dos Carajás, onde vidas foram debeladas pela polícia. Está na chacina de Carandiru, reflexo de um sistema penitenciário que desfigura o direito à recuperação do condenado pela Justiça. Está no extremismo do ato de pôr fogo no corpo de um índio, que repousava no abandono de um ponto de ônibus em Brasília. Está no desemprego, onde pais de família não conseguem garantir o pão para os filhos.
Está nas drogas e na prostituição infantil, desfigurando a adolescência e a juventude. Está na falta de saneamento básico, moradia, educação que tira o direito à cidadania. Está na omissão das autoridades públicas, na impunidade, na falta de uma política de segurança pública. O fato ocorrido no último dia 12 de março, onde os moradores de rua José Antônio Batista e sua parceira, Sônia Barbosa, foram queimados vivos expressa o extremo da violência, onde uma vida foi debelada pelo fogo e outra está em estado grave. Esta fato, entre tantos outros, reflete o que acontece por esta país a fora, onde a violência está generalizada. Para nós que somos cristão s a vida é uma dádiva divina, e quando ela é tirada pelas forças do mal ficamos indignados, mas só a indignação não basta, é preciso agir em defesa da vida.
A situação da população de rua em Goiânia já foi amplamente debatida e há inúmeras propostas, apresentadas por vários segmentos sócias, para solucionar os problemas. Como vereador de Goiânia, no exercício do meu mandato procurei contribuir com a apresentação de u projeto (Projeto de Lei n° 150/99) para criar uma política municipal de assistência aos moradores de rua, atendendo desde o viajante que chega e não tem onde se hospedar àqueles que têm nas ruas e becos da cidade o seu refúgio. Lamentavelmente o projeto não foi aprovado, pois não havia o interesse de destinar recursos públicos para este fim. Lamentamos a omissão do governo municipal e demais autoridades responsáveis para solucionar os problemas da população de rua de Goiânia. Acredito que o combate à violência se dá de várias formas. Na luta por justiça social, por cidadania, pelo direito à vida e à proteção da vida. Vereador Luis Cesar Bueno – PT.