Governo reduz juros para empréstimos
Publicado 30/09/2006
O Conselho Monetário Nacional (CMN) reduziu para 6,85% ao ano a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que passa a vigorar de 1º de outubro a 31 de dezembro de 2006. A taxa estava em 7,5% no terceiro trimestre. O deputado Luis Cesar Bueno,presidente da Comissão de Desenvolvimento da Assembléia Legislativo ressaltou o compromisso do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a redução dos juros para o setor produtivo. “Isso mostra em primeiro lugar que o governo está cumprindo seu compromisso de fazer as taxas de juros caírem. A TJLP tem grande importância para o financiamento do desenvolvimento econômico. Estamos nos aproximando rapidamente de taxas de financiamento de primeiro mundo. Elas devem ampliar os investimentos em infra-estrutura, o que assegura a sustentabilidade do desenvolvimento”, disse. A TJLP é cobrada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em empréstimos para projetos de investimento. Também é usada para corrigir os empréstimos do Fundo e Amparo ao Trabalhador (FAT) ao BNDES, mais Fundo de Participação PIS/Pasep e Fundo de Marinha Mercante (FMM), além de balizar o custo dos créditos aos tomadores do banco, além de outros casos a critério do CMN. Ouvido pela reportagem do site Valor Online, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que a redução da TJLP visa a “diminuir o custo financeiro para fomentar investimentos”. “Segundo ele, a baixa dos juros já vem se refletindo dessa forma na economia. Mantega afirmou que, de janeiro a julho, a taxa de investimentos (indicada pela formação bruta de capital fixo) cresceu 5,7% sobre igual período de 2005. Nos 12 meses até julho, o aumento foi de 9,8% em relação aos 12 meses anteriores. O ministro disse que, hoje, a taxa de investimento gira em torno de 20% do PIB, mas o objetivo é chegar a 24% ou 25% nos próximos anos”, informa o site. Entidades ligadas ao setor industrial comemoraram a decisão do governo de reduzir a TJLP de 7,5% para 6,85%. Para a Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), a decisão vai incentivar o investimento e que há chances de uma migração dos recursos da renda fixa para ativos reais. “Entendemos que a infra-estrutura, diante da carência de investimentos e, portanto, do enorme potencial de crescimento, poderá ser um porto seguro e atrativo para os aplicadores que atualmente investem em renda fixa”, disse o presidente da entidade, Paulo Godoy. O seguimento empresarial viu como positiva a redução e atribuiu esse movimento ao ministro Guido Mantega (Fazenda), que assumiu a pasta em março deste ano. A TJLP que vigorou entre abril de 2004 e dezembro de 2005 foi de 9,75% ao ano. Na reunião de dezembro do CMN, ela foi reduzida para 9% ao ano, em março, para 8,15% e na reunião de junho, para 7,5% ao ano. Ela é fixada trimestralmente.